minhas princesas

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filhas lindas

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MENSAGEM DE MAMÃE PARA FILHAS

O tempo passou tão rapidamente 
e onde está o bebê 
que um dia eu trazia nos meus braços?
Onde está aquela criança adorável 
que dava os primeiros passos?
Parece que foi ontem que os enjôos começaram, 
tonturas, 
mal estar e a boa notícia, 
estava grávida, da primeira, da 2a, da 3a.,4a
 Então vieram os sonhos, a alegria de ser mãe.
Agora vocês cresceram, tornaram-se adolescentes.
 Ah! Como eu queria que o tempo tivesse parado contigo em meus braços.
A noite desceria, o sereno, o frio, e eu te abrigaria em meu colo.
 Chorarias de fome, 
e eu te daria o meu seio, 
meu ser, 
minha alma derramada em amor.
Dormirias profundamente, 
e eu ficaria acordada te contemplando.
Dormir para quê? 
Mas pena que não pode ser assim,
  tive que trabalhar
correr atrás, 
não tive tanto tempo para vocês.
E hoje 
O tempo passou, 
e onde estamos nós?
Eu andaria milhas e milhas,
e aceitaria tudo, 
minhas filhas, 
só para ver o nascer do teu sorriso,
ver a luz por trás dos teus olhos, 
os sonhos que te fazem voar.
 Estar com vocês a todo momento, 
saber dos seus problemas, 
das suas angústias,
poder ajudar.
 E a noite de mansinho
beijá-las com carinho
enquanto dormem um sono tranqüilo,
como muitas vezes fiz.
Mas onde estão vocês? 
Longe de mim,
longe do meu aconchego,
do meu colo.
Me sinto como um vaso sem flor, 
um barco sem mar,
um campo sem flor.
Me sinto perdida nesse mundo sem fim, 
quiseras ter vocês somente pra mim. 
Meu sonho se desfez,
meu mundo caiu, 
mas continuo a caminhada com a força de Deus.
Vou seguindo meu caminho
na certeza de que ainda assim vale a pena,
sofrer, 
amar, 
continuar,
viver até morrer.
Amo voces.


ALGUMAS MANEIRAS DE FAZER ALGUÉM FELIZ

Mensagem - Foto 


Dê um beijo.
Um abraço.
Um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia.
Dê um pouco de calor, do seu sentimento.
Sente-se perto e fique por algum tempo.
Não conte o tempo de se doar.
Liberte um imenso sorriso. 
Rasgue o preconceito
Olhe nos olhos.
Aponte um defeito, com jeito.
Respeite uma lágrima.
Ouça uma história ou muitas, com atenção.
Escreva uma carta e mande.
Irradie simplicidade, simpatia, energia.
Num toque de três dedos, observe as “coincidências”.
Não espere ser solicitado, preste um favor.
Lembre-se de um caso.
Converse sério ou fiado.
Conte uma piada.
Ache graça.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte: Por quê? Como vai?
Como tem passado?
Que tem feito de bom?
Que há de novo? E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme.
Diga de vez em quando, desculpe, muito obrigado,
Não tem importância, que há de se fazer, dá-se um jeito.
Tente de alguma maneira ...


E não se espante se a pessoa mais feliz for você!!!

DOIS CORAÇÕES

Encontrei minha paz no teu sorriso
Minha força no teu existir.
São dois corações
Num mesmo destino,
Num mesmo segredo...
São dois corações numa mesma vida,
Que se encaixam perfeitamente,
E dependem um do outro.
Apenas um coração seria solidão,
Seria um céu nublado sem estrelas,
Seria um espetáculo sem público,
Um coração sem sentimentos...
A alma se identifica,
Quando há uma história de Dois Corações.
As estrelas renascem
E o espetáculo é aplaudido de pé.
A força de Dois Corações
É imensa,
Ultrapassa o tempo 
E navega com a
Felicidade!!!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

confissões de uma mulher madura



Hoje acordei sem motivos pra acordar.
Sem vontade de sair da cama.
Ficar deitada pensando na vida.
Do tempo que passou de tudo que se foi e de tudo que virá.
Sinto saudade da infância, das brincadeiras, da escola, da irresponsabilidade, de como era bom sonhar, o que seria quando crescesse.
Ah!Como era bom acordar tarde. De segunda a segunda era sempre feriado, o tempo não era importante, aliás, não havia preocupação com isso.
Tudo demorava pra chegar, tudo era muito longe e a gente era sempre feliz.
Depois veio a adolescência. Bendita adolescência!
A época melhor de se viver, das descobertas, das buscas, dos sonhos, das primeiras vezes.
O primeiro namorado, o primeiro beijo...
Começava a partir daí os questionamentos da vida
As responsabilidades do que fazer.
Era preciso escolher um caminho como estudar, trabalhar e se possível buscar um amor.
Aí as coisas começam a complicar.
Amar e não ser amada, querer e não ser querida, até encontrar aquela pessoa que será razão do meu viver.
Começa-se a construir aquilo que será a coisa mais importante de sua vida.
Chegam os frutos deste amor pra enfeitar minha vida.
Mesmo que diferente da pessoa amada fazemos de tudo para que de certo, no amor, na convivência, e na vida.
De repente, a maturidade chega e faz-me pensar só no presente, procuro então encontrar e buscar outros caminhos, pois o tempo passou e os sonhos continuam a fazer parte de minha vida.
Pois foram os sonhos que me fizeram chegar até aqui.
As buscas constantes de acertar e errar me tornou uma mulher com muita vontade de viver, de amar e de querer saber tudo o que quer.

ME AJUDEM PLEASE

Tenho uma filha adolescente (14 ano ) três filhas pré-adolescentes (11,10 e 8 anos)elas não me ajudam em nada em casa, já tirei internet (castigo por não me ajudar) e nada, todos os dias é uma briga aqui em casa. 
Renata vai avar a louça! 
Luísa vai arrumar seu quarto! 
Fernanda guarda seu uniforme! 
Bruna vai estudar! 

e todos os dias segue assim... já conversei com elas que preciso da ajuda delas, elas até fazem (muitas vezes) , mas tenho de pedir mil vezes. 
Não aguento mais essas discussões em casa. 
Meu marido disse que elas são  egoístas  (o pior é q são mesmo) até os 7 anos elas  eram meigas,boazinhas,faziam tudo o que mamãe mandava... hoje elas continuam meigas e boazinhas,mas não me obedecem mais. 
me ajudem por favor!!!!!!

Um dia frio, um bom lugar para ler um livro...

Hoje o dia mais pareceu um dia de outono do que começo de verão... Mas tudo bem, esse clima é doido mesmo! Minha janela se encontra como essa imagem acima... A imaginação rola solta não é verdade? Gosto muito de observar a chuva caindo e pinguinhos na janela. Mais parece que a gota escolhe onde cair e também como será ser percurso na janela. Nestes momentos assim, de meditação com a água da chuva, às vezes me pego pensando que eu estou entediada porque estou de férias antecipadas... Sinto falta da correria do dia-a-dia, dos prazos malucos para entregar trabalho, etc... Sinto uma espécie de vazio, uma aflição, e uma desilução de que tudo que fazemos é em vão... Este post é mesmo triste... fazer o que? Acho que estou na TPM, pois me sinto vazia e meio que perdida. Olho para as pessoas que gosto e não consigo ver um laço, parece mais uma formalidade... Você já sentiu isso?

Viver simplesmente...

Acordar.
Conversar.
Dar bom dia ao dia.
Comer como se fosse a última refeição do dia.
Aproveitar se tem coisas gostosas de sobremesa.
Deitar e não dormir, deitar, dormir e não levantar.
Ler, mas ler muito.
Pensar pouco e agir mais.
Ligar para quem está na saudade.
Dizer que se gosta muito para quem se gosta muito.
Dizer a verdade sempre, mesmo que ela doa e mesmo que ela volte ferindo você.
Sorrir mais para as pessoas.
Falar sozinho, tem muita coisa que você tem que dizer a si mesmo.
Criticar sempre uma decisão.
Mesmo achando que seja a única opção, até não escolher é uma escolha.
Se tiver medo, acreditar que é forte e que tem corajem para lutar.
Se tiver insegurança, acreditar mais em si e acreditar que é só um sentimento momentaneo, o que importa é o que está acontecendo realmente e como se está vivendo para as coisas acontecerem de bom.
Se tiver apaixonado, declarar!
Se tiver amando loucamente, se acalmar e depois declarar.
Se não tiver gostando da pessoa, não continuar com o coração dela em mãos, pois ao menor sinal de cuidado você pode machucá-lo.
Libertar os corações que estão gostando de você com sinceridade.
Viver uma liberdade de ser sincero, uma liberdade de falar a verdade, uma liberdade de sentir ou não, depende do que acontece.
Abrir-se a oportunidades, momentos, acontecimentos ruins que se tornarão frutos bons.
Sofrer não é o fim do mundo. Todo mundo sofre um dia.
Desistir não é a única escolha, não é a melhor escolha, não é uma boa escolha.
Insistir, persistir, perseverar, são escolhas sensatas.
Até que você esteja de pé, não se perdeu a guerra, é so mais uma batalha.
Não se mate, não se corte, não se drogue.
Uma das belezas da vida está em conquistar tudo o que você acha que não consegue, sem ajuda de ninguém e se puder ter ajuda de alguém que confia, melhor ainda.
Compartilhar o que se sente, não é contar pra todo mundo, é contar para quem quer escutar como você está em relação a qualquer assunto e que vai te dar um abraço ou uma bronca pelo que você está fazendo consigo mesmo ou com outra pessoa, na pior, vai te dar um conselho, que talvez siga ou não e se seguir não poderá culpar as consequencias que virão na pessoa que te aconselhou.
Ir, simplesmente ir, a vida não para, o tempo não cansa e não descansa.
Continuar, mesmo que o vento sopre ao contrário, seguir o coração não é uma tarefa fácil.
Respirar, sentir o vento, tomar banho de chuva, abraçar as pessoas, sair sozinho as vezes para ver o mundo e tirar suas proprias conclusões pessoais.
Viver simplesmente...

Parece bobo, mas não aproveitamos muitas dessas coisas.
Estamos preocupados em parecer e ter e não em ser.
Pense nisso. Sua vida pode ser um pouco mais diferente e muito mais feliz;

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Olha que lindo que a minha princesa Renata postou p mim!Amei!

Mae a base de tudoo...Vai entender as mães. Um dia eu chutei a barriga da minha mãe e ela chorou de emoção. Eu fiz ela (…) engordar uns 20 quilos e ela só tinha palavras doces pra mim. Fiz ela quase morrer de dor. E ela deu um grito de alegria quando me viu pela primeira vez. Eu roubei o tempo dela, eu roubei o marido da minha mãe. E a paixão só aumentou. Mãe, definitivamente, você não bate bem. E é por isso que eu te amo, loucamente! “A minha mãe é a mãe mais chata de todas, porém ela é a pessoa mais incrível do mundo. É nela que eu pego o exemplo pra seguir em frente. Eu não a entendo, brigo, xingo, ignoro, respondo e ela me retribui com quase um café da manhã na cama. Eu ainda irei retribuir tudo o que ela ja fez por mim, e irei ser o seu orgulho, algum dia s2

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Minhas filhas

Minhas filhas são assim : 
Cada uma
Nunca duas 
Depois trêsPorém quatro

Um pedaço de água
Que toma forma do dia
Que ocupa o espaço do corpo
Que abre a nova porta, a nova vida
Que talha a nova estrada

Minhas filhas são assim :
Cada uma 
Nunca duas
Depois três
Porém quatro

Força nova, toda minha, na beleza
Da transformação que muda o sentido
Do sujo no limpo
Do morto no vivo
Do fim no início
Do nunca no eterno

Minhas filhas  são  assim :
Cada uma
Nunca duas
Depois três
Porém quatro

A sensação de achar o perdido
O prazer do entendido no lido
A ternura da flor no vazo
Que vaza e fura o inatingível
Do profundo desconhecido no mais
Belo dos momentos :
Quando do seu primeiro sorriso

Sei lá, do primeiro choro,
da primeira fralda molhada
do primeiro e único umbigo caído...
Do primeiro passo, do primeiro dente
Do primeiro sorriso, a primeira palavra: Pai

Minhas filhas são assim : 
Amor puro
Não um
Nunca dois 
Depois três
Ah! me esqueci, quatro!



Bel Nantes

Amor de Mãe...

amor de uma mãe, 
é tão lindo e profundo,
é um amor imenso, 
é o amor maior do mundo...
Nada compra esse amor, 
pois ele já é de graça,
é uma obra do senhor, 
com ele a dor se despedaça...
Ele manda embora a tristeza,
e traz de volta a alegria,
traz junto consigo a beleza,
e também o mundo da fantasia...
Ele é indescritível,
é bem maior que o céu,
é um amor mais do que incrível,
é doce e puro como mel...

Momentos felizes com minhas princesas























sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mães e Filhas: Uma Bela e Difícil Relação

  Nem toda mulher é mãe, e nem toda mãe possui uma filha, mas com certeza, toda mulher tem uma mãe, portanto, este artigo interessa a todas as mulheres.

Desde o nascimento da filha até o envelhecimento da mãe, a dupla, mãe e filha, passam por uma grande trajetória permeada de sentimentos e emoções complexos, ambíguos, positivos e negativos, tais como; Amor, carinho, felicidade, continuidade, ódio, ciúmes, competição, disputas, rivalidade, inveja, expectativas, frustrações, temores, gratificações, alegrias, ressentimentos, surpresas…
Isto não acontece à toa, uma vez que as relações familiares são as mais difíceis justamente, devido à proximidade entre os membros e a ausência de fronteiras, o que acarreta grandes dificuldades em perceber e aceitar as diferenças. Na relação mãe-filha é comum haver uma mistura de identidades, na qual uma compensa as faltas da outra. Por exemplo, se a mãe é infantil, a filha tende a ser mais madura, se a mãe é irresponsável, a filha tende a se ocupar das responsabilidades que cabem a esta mãe, se a mãe não teve, por sua vez, uma mãe suficientemente boa, ela apresentará muita dificuldade em dar a filha àquilo que não recebeu, e nestes casos há uma questão transgeracional, pois esta filha também ficará privada desta experiência e por sua vez também não terá de onde resgatar e proporcionar a sua filha, etc.
Muitas vezes, na relação com a própria filha, a mãe tenta compensar a relação mãe e filha que gostaria de ter e não teve, e a filha se sentirá encarregada de ser uma mãe para a própria mãe e começará a cuidar da mãe: lembrando-a dos compromissos, responsabilidades, ajudando com a casa, com os irmãos e dando conselhos. Outras vezes, a mãe frustrou-se demasiado com a sua própria mãe, e sem perceber, inconscientemente, faz com que a filha pague esta conta, não encontrando em si possibilidade de ser uma mãe presente, interessada e que respeita a individualidade da filha. Isto pode acontecer por um sentimento de inveja ou vingança inconsciente, pois lhe dói ver a filha receber algo que ela não recebeu. Esta dor a impedirá de proporcionar cuidados à filha, a qual se sentirá abandonada. Nestas ocasiões, também pode acontecer o oposto, uma vez que a mãe não recebeu aquilo que lhe parecia justo, então para não repetir o erro de sua mãe, ou para se recompensar da relação de intimidade entre mãe e filha que não viveu, cobrirá a filha de atenção transformando esta filha no objeto de interesse principal de sua vida. Nestes casos, além de sufocar a filha, um dia, esta mãe cobrará caro por tanta dedicação e a filha poderá sentir que possui uma dívida impagável com a sua mãe. A única maneira de cortar qualquer um desses ciclos viciosos entre mãe e filha é obtendo consciência da força motriz que movimenta esta relação tão delicada.
A relação mãe e filha começa a partir do momento que a mãe engravida e descobre que é uma menina. Muitos psicanalistas defendem a idéia que esta relação começa no dia que a mãe era filha, e esta colocação faz sentido, uma vez que, como já vimos, a mãe busca reatualizar a relação com sua mãe através do relacionamento com a sua filha. Mas, fiquemos com a primeira idéia, então, desde a gravidez começam as projeções repletas de sonhos, expectativas, fantasias e desejos sobre a bebezinha que ainda nem chegou ao mundo, e assim, quando a filha nasce, ela já chega carregada de projetos e incumbências. Portanto as mães que estão tendo contato com este conhecimento, saibam que ter consciência disso já é o primeiro passo para aliviar a carga repleta de sonhos maternos dos ombros de suas filhas. Mesmo que a sua filha já esteja bem grandinha, seja até casada, ou até já possua seus próprios filhos, este saber pode fazer toda a diferença para resgatar a boa relação com a sua filha, ou melhora-la ainda mais. Aceitá-la como ela é, olhar para a filha sem expectativas, significa poder amá-la mesmo que seja bem diferente dos sonhos e desejos que projetamos nela. O mesmo vale para as filhas que carregam as suas mães dos desejos que esperam receber desta.
De um modo geral, a tarefa da mãe é ajudar a filha a se desprender e ir em busca de suas próprias realizações, porém mães também são humanas e nem todas atingem tal maturidade, portanto mães que não são suficientemente maduras e resolvidas quanto aos seus desejos e emoções apresentam grande dificuldade nesta tarefa. Nestes casos encontramos filhas buscando realizar as aspirações maternas sem perceber, ou mães e filhas competindo pela beleza, feminilidade e realização profissional, entre outros. O que fazer nestes casos para resgatar a relação? Em primeiro lugar é útil que cada qual possa ter em mente que apesar da proximidade da relação mãe-filha, cada uma é um ser diferente e SEPARADO da outra. A partir desta conscientização, mãe e filha começam a ter um espaço para se realizar individualmente, assim como também deixar de culpar, pressionar, exigir e cobrar da outra para ser aquilo que esperam de uma filha ou de uma mãe. Há uma diferença entre a expectativa de uma e aquilo que a outra pode ser. Se a mãe ou a filha puderem corresponder às expectativas recíprocas, o que eu duvido, muito bem, caso contrário, que é o que acontece em geral, é uma boa oportunidade para aprender a lidar com as frustrações e perceber que a frustração existe não porque a outra, ou a vida não me satisfez, mas é por conta da intensidade dos meus desejos.
Pensando a trajetória da relação mãe e filha desde o nascimento da filha até o envelhecimento da mãe, podemos observar que a principio, na infância, a filha vê a mãe como uma musa, ela quer agradar e imitar a mãe em tudo: usa seus sapatos, sua maquiagem e roupas, assim como também, utiliza frases e atitudes que a mãe costuma usar. E a mãe por sua vez, olha para a filha e vê nesta a realização de seus desejos: trunfos, beleza, inteligência, saúde, riquezas… Porém, o ser humano é um complexo de sentimentos, e por trás desses nobres desejos, escondem-se os maléficos, os temores de que a filha irá superar a mãe em graça, beleza, e sorte na vida. Assim, como na obscuridade, a filha sente inveja dos poderes da mãe adulta e odeia ser dependente desta, ou teme não alcançar tantas conquistas quanto a sua mãe. Uma vez que, nem mãe nem filha entram em contato com estes sentimentos hostis, eles ficam contidos e reprimidos, e muitas vezes podem vir a tona, explodindo com força total, causando muito estrago no relacionamento, análogo a força das águas que estão presas e pressionadas pelo dique. Já na adolescência, o quadro muda de figura, a filha começa se rebelar não aceitando a dependência da mãe, e tudo o que era bonito na mãe, começa a se tornar feio, em geral, para diferenciar-se da criança que a filha era, quando chega à fase adolescente, ela quer ser o oposto de sua mãe e acha tudo o que a mãe diz, veste ou faz antiquado. Muitas mães conseguem passar tranquilamente por esta fase, caso possam resgatar a lembrança das adolescentes que elas mesmas foram.
Porém, assim como no conto de fadas da Branca de Neve, o desabrochar da filha é como um espelho no qual a mãe pode vislumbrar o seu próprio brochar. E na inconsciência a mãe culpa a filha pela perda de sua própria juventude. Nesta fase, em geral ocorrem muitos desencontros entre as mães e suas filhas. Algumas mães começam a se vestir como adolescentes numa desesperada tentativa de agarrar a juventude, outras mães pegam, literalmente, no pé de suas filhas, controlando-as ao máximo, impedindo-as de serem elas mesmas, como uma forma de imprimir-se na identidade da filha jovem, outras gritam e brigam pelas mínimas razões com as filhas chamando-as de ingratas, preguiçosas, namoradeiras e encontram defeitos em tudo o que as filhas fazem, retaliando-as, inconscientemente, por todo o mal que, na fantasia, esta lhe causa quando cresce.
Porém, aquelas mães que conseguem entrar em contato com a realidade psíquica – mundo interno (subjetiva) e do mundo externo (objetiva) que suas filhas não são as responsáveis por seu envelhecimento, que na adolescência faz parte a tentativa de ser o oposto daquilo que a mãe é, que ela não possui a tarefa de realizar os sonhos e expectativas de sua mãe, que aquilo que cai bem na filha provavelmente pode ficar ridículo para a mãe, que cada uma vive as suas fases durante a vida, e que a mãe já viveu a sua adolescência e agora é a vez da filha, somente o contato com esta realidade interna e externa indicará o caminho pelo qual a mãe poderá encontrar os prazeres próprios da fase da vida em que vive, e principalmente poderá obter muito mais encontros do que desencontros com a filha.
Nesta etapa a adolescente quer ser escutada e levada a sério. Se a mãe puder ouvi-la, buscando legitimar seus sentimentos, muito provavelmente encontrará na filha uma escuta atenta, e as duas poderão se encontrar, exatamente dos lugares que ocupam: mãe com suas funções e filha com as suas funções. A fase adulta da filha, assim como o casamento desta e a possibilidade da mãe tornar-se avó, provavelmente nenhuma dessas etapas tão marcantes da vida passam sem desencontros, frustrações, mágoas ou ressentimentos, mas quanto mais cada qual, mãe e filha puderem observar todo evento por diferentes prismas, buscar compreender as razões que levaram cada qual a agir desta ou daquela maneira, isto é, não ficarem presas na ocorrência frustrante, e sim ver o que há por trás, ou seja, o que pode ter levado a outra a agir desta ou daquela maneira, e principalmente, não atrelarem-se aos próprios desejos e expectativas, mãe e filha poderão compartilhar muito mais as alegrias inerentes às mudanças e transformações que desencadeiam a novas etapas.
Cabe salientar que uma “boa mãe” só existe no imaginário de uma sociedade familiar idealizada, há relações mãe-filha que permitem superar suas dificuldades, enfrentando a prova do tempo e das relações, que, inevitavelmente se modificam.
Finalizando, cabe ressaltar que o nascer de uma filha significa uma relação passível de ser eterna enquanto vivas, pois quando nasce um menino, muitas mães sentem, e não sem razão, que este homenzinho é dela até que encontre outra mulher e se case, então, a mãe será substituída, mas a filha poderá ser sua filha para sempre.

A difícil relação Mãe-Filha - reportagem Psique Ciência e Vida

Família



A difícil relação Mãe-Filha

A mulher, a maternidade e os entrelaces psíquicos entre gerações

Por Marina Rribeiro
Marina Ribeiro é psicanalista, professora do curso "Entrelaces psíquicos entre mães e filhas" no Instituto Sedes Sapientiae; autora do livro Infertilidade e reprodução assistida - Desejando filhos na família contemporânea (Casa do Psicólogo, 2004), mestre e doutoranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP, membro efetivo do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Contato: marinarribeiro@terra.com.br 


Entre uma mãe e uma filha há muitos mundos... O da paixão, da fusão, da ilusão de que não há limites de compreensão, nem de amor. O do afeto, da amizade, da delicadeza, da realização, da continuidade, do resgate, do carinho, da beleza, da maternidade e infinitos outros. Há, também, o universo da raiva, da rivalidade, da cobrança, do conflito, da inveja, da disputa, da dependência...
O que faz com que mãe e filha sejam referências da sabedoria popular quanto à dedicação e ao carinho e, ao mesmo tempo, lugar de intensas dificuldades, batalhas e culpas?

Uma relação tão delicada, peça de teatro de Leila Assumpção que ficou alguns anos em cartaz em São Paulo e foi assistida por inúmeras mães e filhas, emocionou platéias ao testemunharem as atrizes percorrerem sua trajetória de vida, do nascimento da filha ao envelhecimento da mãe.
Seguindo essa referência, vamos começar a pensar essa relação tão delicada no exato momento em que uma mulher descobre estar grávida de um bebê do sexo feminino. Apenas para lançar uma luz retroativa a este instante, o desejo de estar grávida está associado a uma de nossas primeiras identificações maternas − queremos ser mãe como nossa mãe. Prova desse fato é a brincadeira preferida das meninas pequenas: "vamos brincar de mamãe e filhinha?" A disputa para ser a mãe no grupo de meninas é feroz. Desejo primeiro e precoce de toda menina − ser mãe, como a própria mãe.
Interações delicadas
gravidez é a realização na vida adulta desse desejo primordial e tão postergado. Quando o bebê gestado é do sexo feminino, há quase uma reedição do que foi vivido com a mãe, o difícil e o fácil dessa relação. Reedição com aspectos conscientes e inconscientes, afinal, como Freud incomodamente revolucionou, nossa consciência é apenas a ponta do iceberg do mundo psíquico. Só para exemplificar, as facetas inconscientes do psiquismo podem se revelar por meio de manifestações físicas. Não é incomum a gestante de "primeira viagem" descobrir na experiência com o próprio corpo a história da mãe: uma paciente que teve várias dificuldades para amamentar no peito seu bebê soube a partir desse fato que nem sua mãe, nem sua avó materna tinham conseguido amamentar. Para três gerações de mulheres a amamentação foi uma experiência dolorosa e fracassada. Genética? Não apenas, mas sim uma experiência emocional marcada a ferro e fogo no corpo/psiquismo inconsciente dessas mulheres.

Cada dupla de mãe e filha é reeditada na geração seguinte; o que estava no palco na geração anterior, se não houve nenhum trabalho de elaboração dos conflitos e das dificuldades, tende a se repetir de uma maneira desconcertante na próxima. Transmissão psíquica entre gerações que é revelada com maestria no livro Cem anos de solidão de Gabriel Garcia Márquez, no qual as gerações se sucedem, mas as histórias e os nomes dos personagens se repetem até não sabermos mais quem é a mãe, quem é a filha, quem é o pai, quem é o filho.


Dito de outra maneira, mais figurativa, aquilo que colocamos no porão escuro da nossa vida e que não queremos ver nunca mais, aparece em nossos filhos com luzes ofuscantes. Isso é o que torna mais difícil a relação mãe e filha. Como assim, o leitor pode se perguntar? O que rejeitamos em nós mesmos, geralmente aqueles sentimentos que temos, mas não aceitamos, por isso negamos de "pé junto", pode encontrar em nossos filhos um terreno fértil. Um filho é, em parte e principalmente no início da vida, uma extensão de nós mesmos, é um projeto de continuidade, de descendência. Se os pais têm maturidade psíquica para reconhecer no filho um outro, diferente deles mesmos, as fronteiras psíquicas entre pais e filhos podem desempenhar uma importante função na qualidade desse relacionamento.




Fronteiras Psíquicas



Nas relações nas quais há fronteiras permeáveis e flexíveis entre pais e filhos o que é vivido na intimidade do lar tende a ser mais satisfatório para todos. É claro que isso é uma proposição ideal, pois as relações familiares tendem a ser as mais difíceis, justamente pela proximidade, pela ausência de fronteiras e de reconhecimento de diferenças. Com a agravante de que pais com dificuldades emocionais sérias tendem a dispor dos filhos como extensões deles mesmos, para o melhor e para o pior. Para exemplificar, são pais que diante do sucesso do filho comentam: este é meu filho! E diante do fracasso ou das dificuldades: quem é este, não parece ser meu filho!



Talvez para o leitor leigo seja estranha a colocação da existência ou não de fronteiras psíquicas entre pais e filhos, ou da necessidade de reconhecimento de que o filho seja um outro. Isso é devido à plasticidade do psiquismo que não reconhece fronteiras concretas, e ao fato de que nos constituímos como pessoas a partir de outros, especialmente os pais. Os limites entre o eu e o outro não são fáceis, nem simples, principalmente entre pais e filhos e especificamente entre mães e filhas.



A partir dessa compreensão podemos pensar o seguinte: se o nosso porão está entulhado de coisas, a filha ou o filho pode assumir para si a ingrata tarefa de cuidar do que está ali alienado, criando teia de aranha na mente da mãe e a impedindo de ser uma mãe mais inteira, mais livre e disponível psiquicamente. Uma vez que manter porões cheios de coisas exige muito trabalho mental, isso significa uma mãe ocupada (sob pressão) com aquilo que ela não quer saber de si.



As crianças tendem a assumir a tarefa de reparar a mente disfuncional da mãe para que ela possa ser uma mãe "suficientemente boa" para a criança. Exemplificando, lembrei-me de um desenho de uma caricatura na qual estava uma mãe toda descabelada, possivelmente deprimida, e seu bebê lhe oferecia um pente para arrumar o cabelo. Podemos dizer que quanto mais disfuncional é a mente da mãe, mais difícil será a relação com sua filha. E quanto mais funcional for a mãe, entenda-se uma mãe que reconhece a existência de um porão e não foge ao trabalho psíquico de reconhecimento de suas humanidades, mais presença e vivacidade psíquica encontraremos na relação com sua filha que, nesse caso, pode ser reconhecida como alguém diferente, separada da mãe.
Quanto mais uma mulher se dispõe a reconhecer suas dificuldades, seus fracassos, suas perdas, seus limites, maior a chance de que sua filha não precise se ocupar do que não lhe diz respeito e seja reconhecida como uma outra pessoa e não como uma continuidade da mãe.
Filiação Feminina

Mas por que as filhas e não os filhos são convocados a tão ingrata e infrutífera função? Justamente porque a mãe se identifica com a filha e vice-versa, pertencem ao mesmo gênero e à linhagem feminina da família - de mãe para filha. Os projetos da mãe para sua menina podem ter como característica a realização pela filha do que foi frustrante na vida da mãe. A mãe, não aceitando o que não foi possível em sua vida, passa o bastão a sua filha para que ela tenha quase que a obrigação de realizar planos de vida que pertencem à mãe. Nesse caso não há o reconhecimento da individualidade da filha, há pouca diferenciação psíquica entre mãe e filha, uma é quase que totalmente a extensão/continuidade da outra.

O que mais impressiona nessa herança é que ela passa despercebida da consciência da dupla mãe-filha. No consultório, casos com essa característica tendem a buscar análise por outros motivos: problemas no trabalho, dificuldade de relacionamento com homens, falta de prazer sexual, sintomas físicos diversos, transtornos alimentares, infertilidade sem causa aparente, etc. A relação com a mãe é idealizada, não há o reconhecimento de que a fusão é um sério problema, uma complementa a outra. As queixas que mobilizam a busca de análise são aparentemente desvinculadas do relacionamento mãe e filha.



À medida que o trabalho avança, vão aparecendo os projetos que são específicos da filha e que não são compartilhados com a mãe; a partir desse momento podem começar intensas brigas ou simplesmente um afastamento devido às diferenças e à individualidade da filha que está mais fortificada e definida. Geralmente esse processo é acompanhado por um estranhamento, e a filha pode se perguntar: quem é essa mãe que eu não conhecia, parece ser outra? A filha não tinha ousado ser ela mesma por intuir que isso desagradaria intensamente a mãe, ou ainda, mais preocupante, a individualidade da filha pode ser um fator de desorganização psíquica da mãe.